A Arma Escarlate | Renata Ventura

Titulo: A Arma Escarlate
Autora: Renata Ventura
Editora: Novo Século
ISBN: 9788576795445
Sinopse: O ano é 1997. Em meio a um intenso tiroteio, durante uma das épocas mais sangrentas da favela Santa Marta, no Rio de Janeiro, um menino de 13 anos descobre que é bruxo. Jurado de morte pelos chefes do tráfico, Hugo foge com apenas um objetivo em mente: aprender magia o suficiente para voltar e enfrentar o bandido que está ameaçando sua família. Neste processo de aprendizado, no entanto, ele pode acabar por descobrir o quanto de bandido há dentro dele mesmo.

Saiba que se você não quer ler esse livro achando que vai ser um xerox de Harry Potter, você estará perdendo uma ótima leitura. É claro que tem semelhanças entre as duas obras mas são tão insignificantes que, durante a narrativa, é possível esquecer facilmente que A Arma Escarlate foi baseado em Harry Potter. 

Idá Aláàfin, sim esse é o nome do protagonista, é mais um garoto brasileiro que nasceu e cresceu em um ambiente envolvido pelo crime, órfão de pai e sem perspectivas futuras de uma vida melhor. Quando Idá finalmente decide seguir os passos do que seria seu futuro inevitável, ele recebe uma carta trazida um pombo e descobre ser um bruxo e que foi aceito na escola de bruxaria do Rio de Janeiro. Idá decide deixar tudo para trás, sua história, sua família e até mesmo seu nome. Agora como Hugo Escarlate ele será capaz de mudar a si mesmo e seu futuro. 

Hugo é um personagem difícil de aturar no começo - acredito que me senti dessa maneira por ser incapaz de entender com clareza a realidade em que esse garoto de 13 anos viveu. Apesar disso, achei que a autora foi bastante realista a ponto de me convencer e me fazer imaginar como seria estar nas situações de Hugo. Isso me fez finalmente aceitar o protagonista e a gostar dele, independente de seus "defeitos" como "herói".

Dos personagens secundários quero dar enfase a um grupo nomeados como Pixies - eles me apaixonaram do início ao fim e me proporcionaram muitas risadas durante a leitura. Capí é com certeza o meu favorito. 
 
Apesar de alguns caracterizarem essa história como uma fanfiction de Harry Potter, eu não acredito ser esse um termo correto para se descrever A Arma Escarlate. A narrativa e o enredo são originais, situações foram alteradas para uma melhor adaptação das realidades do nosso país. Muitas referencias foram colocadas no livro, e não pense que são todas de Harry Potter. No meio da narrativa eu já não associava mais aos livros de Rowling. 

Renata é um exemplo de que a literatura brasileira também é muito boa e ainda vai evoluir muito como o cinema brasileiro e mostra que problemas sociais e políticos podem e devem ser tratados até nos livros ficcionais. Espero ansiosamente pela continuação - A Comissão Chapeleira - e aplaudo Renata por sua obra e sua genialidade. E com certeza ela entrou para a minha lista de autores favoritos